É tempo de deixarmos os homens
serem os seres frágeis que somos,
os que demonstram força para ter amor,
os que têm doenças e deprimem por não terem amor,
e falarem sobre isso.
É tempo de deixarmos os homens estarem tensos
diante de uma mulher por não terem a mínima ideia
do que vai na sua cabeça ou no seu corpo emocional.
É também tempo de nós homens
sabermos que somos seres complexos
que nem sempre sabemos o que fazer ou
que nem sempre fazemos o que sabemos fazer,
com medo que isso nos prive de sermos nutridos ou amados
pelas mulheres e homens.
É tempo de deixarmos os nossos homens errar nas decisões
que tomamos na vida e que deixam os nossos próximos inseguros.
É tempo de apreciarmos as nossas dificuldades nos relacionamentos
e de não esperarmos dos homens o que eles não são.
É tempo de deixarmos os homens não sermos seguros
no campo relacional e emocional, de termos ciumes injustificados,
de nos metermos em relações por falta de amor quando crianças,
de fazermos coisas ilógicas e não expectáveis nos homens.
É tempo de deixarmos os homens não sabermos tomar a iniciativa
e de não sabermos o que fazer sozinhos
e de podermos esperar para que outros tomem a iniciativa por nós
e nos mostrarem o mundo que nós ainda não conhecemos e tememos descobrir sozinhos.
É tempo para que acompanhemos os homens no processo de aprendermos a ser homens.
Oh meu pai
Já desejei que morresses
Oh meu pai
Hoje vi-te a preto e branco
Com o teu bigode farto da guerra
Oh meu pai
Já desejei que morresses
Oh meu pai
Mas eras uma apenas uma criança
Oh meu pai
Já desejei que morresses
Oh meu pai
Mas já não há guerra.
eu não encontro.
e ainda bem.
acompanho-a a casa.
Ass. Bom Rapaz
pode ter que aprender a
sê-lo.
o caminho que fazes
trás-te de volta a ti.
eu não sei começar nada, eu não sei
acabar nada, eu não sei estar no meio de nada.
eu não tenho a certeza de nada.
eu faço tudo o que vocês quiserem.
eu não sei nada.
limpa tudo, leva isto tudo, vento.
eu não sei que tempo fará, eu não sei
quem vai ganhar, eu não sei dar um
nó.
eu não sei nada
é a diferença entre
como a coisa foi e como
esperavas que ela tivesse sido.
provavelmente trato-me bem pela minha experiência de vida e
porque sinto-o no corpo e na mente, mas suspeito que nessa forma de estar,
existe o desejo inconsciente de nunca ficar doente, para não
assistir ao incomodo que isso pode causar aos outros.
o estado de extrema curiosidade é também o de extrema
vulnerabilidade.
sempre que eu apresentava uma dúvida,
apontavam-me com certezas.
só passando pelo que tens a passar
passarás ao próximo
nível.
todos queremos
uma caminha quentinha.
quando levavas a roupa
para a máquina de lavar?
de ser amado faz-me mal
aos negócios.
em todos os teus pensamentos."
Catarina
acalma-me.
a última coisa a fazeres é
decidir.
perco um pouco o meu,
ao sentir falta de entusiasmo nos outros.
ao respirar acaba a espera,
acaba a guerra.
Que bom seria viver numa
casa que vai de um lado ao
outro. Mas eu vivo numa.
Só que não é minha. E
parece que o que eu sinto
por ela pode ser agora de-
masiado para o que ela
me pode dar. O senti-
mento de pertença reclama
um lugar inusitado e
eu quero a minha casa
que vai de um lado ao
outro. No campo. Com
crianças a correr. Com
correntes de ar. Com
amor. Contigo
o elogío sabe-me a estranho e a exagerado,
a crítica tem um sabor mais familiar.
deêm-me uma família harmónica e
eu dou-vos
o mundo.
como foi que, de empresário falido
me tornei num conselheiro de negócios?
acabo de descobrir que posso amar as linhas curvas da
minha camisola, ainda que elas estejam curvas
por terem por baixo delas a minha barriga.
pois parece-me a atitude mais lógica a tomar.
que me diz que eu serei um menino bonito,
contanto que espere no meu canto e não faça muitas ondas.
são grossas.
acho que ainda hoje cortei uma delas.
aos 40.
o que eu quero,
não é uma empresa.
o que eu quero,
é uma família.
a catarina não é a raquel,
lisboa não é barcelona e
eu próprio já não sou bem o mesmo.
gostava que tudo se pudesse resolver
com um copo de água, uma mão cheia de tâmaras
e o leite que sobrou da vossa refeição anterior.
sem mais explicações.
sinto o abraço da tua vulva
amarrando-me as pernas,
duma feminilidade cavernosa e magnética
apanhado-me por entre as ancas largas.
a forma como avança faz-me
largar qualquer réstia de dúvida
que vou desejar ser engolido.
hoje tive uma visão
onde estavas tu à nossa frente
como que a comandar a nossa família,
a de sangue, a adoptada, a de quatro patas, mas nossa.
à porta de uma casa, como que a sairmos,
ías tu à frente e o reboliço podia acontecer atrás
pois a tua segurança era inequívoca.
e nós seguiamos-te, por amor.
old patterns between parents and children
create barriers that keep us from seeing what's really there.
and what is really there?
love.
it's all around us.
but because we can't see it,
can't experience it,
it seems that it must be very far away.
you can't experience the love your parents have for you,
or you for your children,
when old habits and believe systems,
all the things your mind is telling you about who they are,
who you are,
stand in the way.
em The Americans, S05E05
ser amado pelo trabalho
ou trabalhar para ser amado?
é dinheiro.
ocorre em mim um processo de desacreditação pessoal.
acontecem retalhos da minha culpa.
para poder viver fora dela.
que quer perceber porque é que
a escassez é-me mais familiar do que a
abundância.
vou percebendo que sou uma pessoa pouco
resolvida.
quando me vou de mim?
quando não sei o que fazer.
de quem gosto que me sinto mais frágil.
parte de mim sente que
já não há mais nada pelo qual lutar.
ontem mostraram-me algo que eu não queria ver.
que me tinha tornado num amante calculista.
há pessoas a quem dou atenção,
há outras a quem dou carinho,
a outras um pouco do meu tempo ou do meu dinheiro,
a algumas ânimo, a outras a minha escuta,
há aquelas a quem abro a porta da minha casa ou do meu quarto,
há as que me desejam beijar e aquelas que eu desafio.
mas sei que não posso ser quem dá a uma única pessoa
todas as coisas anteriores.
que quando morresse deixasse um legado enorme
de vazios.
uma despedida é sempre um momento
onde duas pessoas têm que interromper-se na
sua relação, para dedicar-se a projectos ou actividades pessoais.
é uma oportunidade para que cada um dos entes
que se despede possa desenvolver actividades paralelas
às que desenvolve na relação que aí se interrompe.
dá-me um certo alívio quando
olho à minha volta e a única coisa que constitui um problema
na minha vida presente é a
falta de dinheiro.
enquanto houverem as folhas que batem as palmas
na árvore que toca o dissonante som
propagado pelo vento, não
haverão dívidas suficientes para galgar
tamanha barragem da arte natural.
I should feel so hurt
cause your rejection is so obvious.
Y'akoto
ser o gestor é ser o que
gere a dor.
às vezes a minha mãe
obrigava-me a amá-la.
prefiro pensar que gostas de mim
do que saber se isso realmente acontece.
estar perto de pessoas que se
dão tempo
faz-me acreditar.
uma mesma pessoa
pode ter-me despertado asco ontem
e ser-me agradável hoje.
é como passar um pano sobre todos os outros que
conhecemos antes e que também eles
alguma vez já foram a pessoa nova,
que nos libertou um dia
do peso da nossa existência até então.
se arranjas namorado,
podes descansar um pouco do processo de
querer ser amado.
a boa alimentação deveria
ser comparticipada pelo estado.
os ricos adoram fazer algo pelos pobres.
como se já não bastasse aos pobres serem pobres, para ainda terem
que ficar em dívida para com os ricos.
entra,
podes patinhar a minha vida à vontade
hoje em dia o ócio dá-me
menos que o negócio.
para a minha mãe,
eu nunca estou bem.
eu penso que foi só ali
comprar cigarros.
hoje o manuel veio pedir-me desculpa.
ontem o manuel foi uma besta.
hoje o manuel trouxe ele a humanidade toda de volta ao lugar
de onde nunca devia ter saído.
o lugar do amor.
de quantos nãos é feita uma
solidão?
por que amamos pais
tóxicos?
apenas a fazer tudo aquilo
que fazes.
mãe, quando cheguei à paragem
já tinha despido
o kispo.
falhei
quando tudo estava bem
formados por homem
inseguro, frio e cobarde e mulher
oprimida, controladora e infeliz
a povoarem quase uma geração completa.
prometo amar-te até
deixar de o fazer.
eu espero-te.
sempre que vou ao café contigo não te vejo
a beber o café.
pode, muitas vezes, ser aquele que se esqueceu de como amar.
as maiores dúvidas da minha existência
são quase todas sobre como lidar com pessoas que eu amo, com pessoas que eu quero amar, como lidar com aquelas que me amam ou que me querem amar.
só precisas de te safar até
ao próximo minuto.
há pessoas que me dão atenção,
há outras que me dão carinho,
outras um pouco do seu tempo ou do seu dinheiro,
algumas ânimo, há aquelas que me escutam,
as que me abrem a porta da sua casa ou do seu quarto,
as que eu desejo beijar e as que me desafiam.
mas sei que não posso pedir a uma única pessoa que me dê
todas as coisas anteriores.
SPAM
há sempre alguma coisa que somos ainda muito novos para ser
quando peço dinheiro emprestado,
passo antes por um período de luta interior.
após o pedido passo por um misto
de libertação e de amputação,
como que dizendo adeus a uma parte do corpo
que já não poderei usar, substituída por
uma prótese,
lá colocada pelo emprestador.
por favor não tires
uma foto ao meu brunch.
do you feel sick?
yeah, but is a sickness that I can't
describe.
não há ninguém no mundo como tu,
mas não estás por cá só.
há quem confunda assertividade com
agressividade
quem não resolve os seus pais
não resolve os seus filhos.
tenho cada vez menos empatia
com os que depois da adolescência se tornaram
adultos.
se foste mal amado
pode ser que agora precises de
um comprimido.
às vezes sinto que ir ao café e pedir
o costume é ser demasiado íntimo.
um deprimido é um génio
entre parêntesis.
há musica portuguesa com textura
que parece que se pode comer.
quantas vezes já
telefonaste a uma pessoa só
para sentir se ela ainda gosta de ti e sem nada
realmente para lhe dizer?
ainda temos muitos heróis com amantes,
como salazar.
quando os outros não
comunicam comigo eu
entristeço
e torno-os um pouco monstros.
voltar atrás deixa-me, à partida,
triste.
quando estou mais perro das emoções,
perco mais tempo com as aparências.
a pessoa excessivamente empática
é aquela a quem eu daria os meus
conselhos mais assertivos.
quando dou por mim a
forçar momentos, não gosto
tanto de mim.